A primeira etapa doEstação Campos de Canella, ambicioso projeto que tem como objetivorevitalizar a histórica Estação Férrea de Canela, construindo também um novo paradouro turístico no coração da cidade, começa a se tornar realidade. O trem da Estação Férrea, desativado há 40 anos, já está desmontado para revitalização. Junto a ele, os dois vagões, um de carga e outro de passageiros, também serão renovados.
O trabalho envolve, entre outros processos, o lixamento, a limpeza, a reposição de peças como as 23 venezianas do vagão de passageiros. A locomotiva belgaLe Meuse, de classe 0-6-0, que será revitalizada, pesava originalmente 20 mil toneladas, mas hoje se encontra com cerca de 50% de seus materiais inutilizados em função de enferrujamentos, corrosões e outras circunstâncias. Mesmo que muito ainda precise ser avaliado, como o estado da caldeira, o novo trem deve ser entregue no segundo semestre de 2018.
ParaAntônio Carlos de Teixeira Júnior, responsável pela revitalização do trem ao lado de Márcio Roberto Krummenauer, ambos da MKR, esse é um trabalho que envolve muita responsabilidade.
“É um orgulho poder cuidar de um veículo onde tantas pessoas trabalharam e andaram. Deixá-lo útil e bonito novamente para que novas pessoas o conheçam e o fotografem é uma tremenda responsabilidade. Tudo será feito com muito carinho”, conta Teixeira Júnior, que, em 2007, também trabalhou na revitalização da estação Várzea Grande de Gramado.
O trabalho de recuperação da Estação Férrea de Canela tem um sabor especial para Teixeira Júnior, que, natural de Taquara, sempre foi inspirado pelo trabalho da família no ramo de trens e ferrovias. Por parte dos dois avôs e do pai, todos atuantes do segmento, passou a cultivar seu carinho por esse universo que hoje também faz parte do seu dia a dia. Inclusive, Emilio Ferrari, seu avô que atuou durante 33 anos no ramo até a aposentadoria, chegou a trabalhar como maquinista no trem que hoje Teixeira Júnior ajuda a revitalizar.