A moda não precisa usar a ideia de separação de gênero. Cada um veste o que quiser. Pelo menos, é o que pensa o estilista Raziel Pinna de 21 anos. Revelado este ano no Projeto Moda Rio e destaque na 4° edição da Veste Rio, o estilista levou para as passarelas do festival de moda, roupas que podem ser usadas por pessoas de qualquer gênero. Além disso, a marca Camus, que pertence ao jovem tem todas as suas peças feitas à mão. A grife vem ganhando o público e está sendo considerada a marca cool no seguimento luxo.
Raziel tomou esta iniciativa depois de ver sua avó costurar, por anos, para empresas de grande porte e ganhar de forma injusta para desenvolver seus trabalhos. A marca, ainda, tem como propósito ser ética, justa e consciente na hora de remunerar as costureiras.
Pinna descobriu seu amor por moda de uma forma tradicional. Ele começou a entender que tinha um olhar próprio para tudo que encontrava nas lojas ou vitrines. "Eu sempre queria modificar algo, queria vestir algo que fosse de minha concepção", conta o estilista.
Com o passar dos anos, ele foi desenvolvendo e construindo de maneira autodidata técnicas de modelagens, costura manual, bordados e se aventurando com seus traços originais em seus croquis.
Aos 17 anos, conseguiu sua primeira bolsa de estudos na Casa Geração Vidigal. Com isso, conseguiu uma visão profissional.
"Ali, eu vi o viés que eu precisava para criar a minha concepção do que eramoda de verdade", contou o profissional da costura que quis trazer para sua grife uma transformação e um novo olhar: “Quando achar que tudo estar por fim, olhe para dentro, permita-se a redescobrir o sentido daquilo que faz e entender que a moda está além de tecido.”