Cirurgião dentista especialista em implante, Marco Aurélio Corrêa não herdou apenas o ofício do pai, sua grande referência na área. A paixão por aviões também é compartilhada com o patriarca, Admir Lopes Corrêa, 69 anos, que segue atendendo uma vez por mês no consultório do filho. Casado com Helenara Miglioranza, sua parceira também no Instituto Novva, localizado em Caxias do Sul, planeja voar ainda mais longe levando a habilidade e conhecimentos em construir belos sorrisos e faces para outro continente.
Natural de Porto Alegre, cursou Odontologia na Universidade de Passo Fundo (UPF), formando-se em 1998. A escolha se deu naturalmente, como uma continuidade do que cresceu e sempre gostou de ver o pai fazendo. “Pensei até em fazer Medicina, mas não brilhou... sempre gostei de ‘odonto’”. Depois chegou a inclinar-se para a carreira de piloto comercial de avião. Marco pilota, assim como o pai e o irmão mais novo, Rodolfo, também dentista. Chegou a ter um avião inglês da Segunda Guerra Mundial em sociedade com o pai, restaurado por eles. Uma verdadeira relíquia, só existiam quatro no mundo. “Fazíamos umas loucuras como ir a São Paulo, Passo Fundo-Porto Alegre com chuva, voamos uns seis ou sete anos com ele, mas acabou queimando inteirinho num incêndio que ocorreu onde ele ficava guardado, no Aeroporto de Passo Fundo.” A carreira como piloto ficou para trás, mas a ideia de ter outro avião, não.
Foto Fabio Grison
Aliás, Marco não se considera um colecionador, mas é um apreciador de objetos antigos, guarda até hoje um cachimbo e o violoncelo do seu trisavô, além do Fusca que o avô comprou zero km em 1974... Do seu time, sim, coleciona itens: tem mais de 80 camisas do Grêmio, desde os anos 1980. “Começou com meu avô materno, que era goleiro, depois também fui goleiro, mas não profissional.” No consultório, tem réplicas de taças e títulos do tricolor gaúcho. Como se vê, a família também tem raízes na música. Marco toca violino, chegou a ter um grupo de tango em Passo Fundo, mas hoje gosta mesmo é de "brincar" tirando alguns acordes com o filho Marco Aurélio, 19 anos, que toca violão, ou de dar uma “canja” junto ao grupo musical em algum evento da clínica. Além de Marco, filho do primeiro casamento – que também está seguindo a tradição da família no caminho da Odontologia –, é pai de Valentina, de sete anos.
Há oito anos estabelecido em Caxias, já estava há mais tempo por aqui dando aula de pós-graduação em cirurgia, implante e prótese dentária. A ideia de abrir o Instituto Novva, que agrega, além da odontologia tradicional, estética facial e cursos para dentistas, surgiu a partir do trabalho de conclusão de curso em Administração de Empresas da esposa. Helenara mediu a aceitação do público em ter um cirurgião dentista trabalhando não apenas nos dentes, mas na face. “O dentista, desde sua formação e regulamentação da profissão, tem sua área de atuação abrangida pelos ossos da face. As pessoas têm essa ideia do dente e o próprio dentista ficou fechado dentro da boca. Mas quando alguém se acidenta de carro, ao chegar no hospital, quem é o primeiro profissional a atender, para trabalhar em rosto? É um dentista, não é um médico que faz toda a reconstrução facial, é um dentista buco-maxilo-facial.”
O resultado da pesquisa surpreendeu com mais de 90% de aprovação, e o projeto levantou voo. Primeiro agregaram os serviços ao consultório antigo, em São Pelegrino. Com o sucesso ratificado pela clientela, mudaram-se, inaugurando em 1º de junho de 2015 o Instituto Novva, no Villagio Iguatemi. “A Helenara administra e a parte técnica é comigo, um não se mete na área no outro. É uma parceria de sucesso. Minha profissão decolou depois que a conheci, quando agregamos conhecimento um ao outro.”
Marco com Helenara, Valentina e Marco Aurélio/Foto acervo pessoal
Com 20 anos de carreira, Marco aprecia desafios, os casos mais difíceis. “Gosto de ser a última opção, se ninguém conseguiu fazer, vou conseguir. Tenho muitos colegas que me indicam assim.” É o que mais o encanta na profissão: resolver um problema que incomoda a pessoa a vida inteira. O perfeccionismo é uma característica que sempre admirou nos trabalhos do pai. Pela busca constante do que é mais atual e moderno, também acabou se realizando na docência, já que precisa e adora estar sempre na vanguarda do conhecimento. Além de fazer cursos e ler muito, cria e desenvolve técnicas. “Trabalho com isolamento de célula tronco há uns cinco ou seis anos já. Faço aqui na clínica, para enxerto ósseo, questão de gengiva, rejuvenescimento facial de pele, gosto de estar sempre inovando, sempre na frente. É uma coisa minha”, resume.
A inovação se mostra também em iniciativas como a de fomentar o turismo odontológico, agregando passeios pela Serra aos dentistas que vêm em busca de qualificação e suas famílias, em conjunto com a Milletour. Entre os cursos oferecidos para profissionais da área estão estética facial, botox, preenchimento, fios de sustentação, rejuvenescimento facial, lentes de contato, facetas, para todos os níveis, desde recém-formados até profissionais mais experientes. Os resultados estéticos com procedimentos minimamente invasivos são incríveis e com aspecto bem natural, daí a grande procura também por homens, que querem rejuvenescer sem parecer que mudaram.
O sonho que já virou projeto é alçar novos voos e abrir uma clínica em Lisboa. Descendente de portugueses, pretende em breve conciliar atendimentos em Caxias com a ponte aérea europeia. “A odontologia brasileira é muito bem vista, referência no mundo, e Portugal é um país que gosto muito.”
Fonte: Afrodite