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A trajetória de Gustavo Vanassi | Perfil | Revista Afrodite

Gustavo Vanassi

Nascido em uma família de fotógrafos, Gustavo Vanassi teve os primeiros contatos com o mundo da imagem ainda criança, quando circulava, assim como os irmãos, Eduardo e Amanda, pelo pequeno estúdio que o pai, Nadir, e um tio haviam comprado juntos, e onde eram feitas, principalmente, fotos 3x4 para empresas. Ali, o próprio pai havia iniciado na profissão, dando origem ao Studio 7.

Mais tarde, Nadir aprendeu técnicas de retratos com os principais fotógrafos da cidade e repassou esse conhecimento para a mulher, Rosângela, que também passou a fotografar. Juntos eles construíram várias lojas e um conceito de book social feminino que foi, durante muitos anos, uma das principais referências da área no Brasil. O sucesso era tão grande que chegavam a fazer 80 sessões em um mesmo dia, em seus vários estúdios.

Aos oito anos, Gustavo lembra de segurar flashs para ajudar o pai na iluminação de fotos e, aos 12, frequentava a loja atendendo clientes no balcão, vendendo filmes  e câmeras, tendo contato com o dia a dia da empresa. Com o tempo, aprendeu o processo de revelação química e também a fazer acabamentos, retocando negativos e fotos com pincel e tinta.

No início dos anos 2000, começo da transição da fotografia analógica para a digital, montaram um estúdio conceito, que era composto por uma câmera digital, rede e computadores para venda das fotos e edição. A impressão era feita em parceria com a Scalco, outra loja tradicional da cidade, até que o volume de trabalho digital aumentou tanto que foi necessário adquirir um laboratório próprio de impressão. Nadir precisou hipotecar a casa da família para poder fazer esse investimento, pois os laboratórios digitais eram novidade e tinham que ser importados do Japão.

Profissão

Enquanto o irmão Eduardo seguia os passos do pai fotografando casamentos, mesmo tendo acompanhado todos os processos do estúdio, Gustavo não tinha vontade de entrar para o negócio da família. Queria trabalhar com marketing e Internet, por isso, no momento de escolher a profissão, acabou cursando Publicidade e Propaganda na Universidade de Caxias do Sul (UCS), no qual se formou em 2007. 

“A família trabalhava nos 7 dias da semana, e ficávamos todos esgotados, porque era uma rotina muito puxada. Eu gostava da loja e dos eventos, mas eu queria trabalhar com algo diferente.” O que ele não sabia era que no curso de Publicidade iria voltar a se envolver com fotografia, aprendendo a utilizar o Photoshop, programa de edição de imagens. E a paixão pelas imagens voltou.

O próximo passo foi aprender com o irmão a fotografar casamentos. Aos poucos, começou a conquistar os próprios clientes, cobrando valores acessíveis e fotografando eventos pequenos, até chegar o dia em que recebeu um conselho de um dos mais conceituados fotógrafos de casamentos da cidade, José Zignani. “Ele me disse que já conhecia meu trabalho e sugeriu migrar para eventos maiores também, pois no mercado de casamentos, fazer eventos grandes ou pequenos dava praticamente o mesmo trabalho.” Conselho seguido, uma das técnicas utilizadas por Gustavo para conquistar clientes era frequentar os cursos de noivos oferecidos pelas igrejas católicas. “Ia nos intervalos ou ao final dos cursos e entregava folders, conversava com os casais e convidava para irem até a loja. Fechei meu primeiro ano de casamentos assim", relembra.

A partir daí, começou a se destacar pelas fotos diferentes e criativas e passou a se inscrever em concursos de fotografia e receber prêmios. Gustavo buscava também premiações de fora do país, em associações de todos os tamanhos, mas com distinções que chamassem a atenção. Ganhou prêmios importantes e com isso, surgiram convites para palestrar em congressos de fotografia. Sempre acompanhado pelo irmão, a primeira oportunidade foi em 2007, em um evento em Porto Alegre.

“Podíamos não ser os melhores artistas, mas sabíamos bem como gerir um negócio. Aprendemos com nossos pais e esse era nosso dia a dia, mas percebemos que muitas pessoas tinham dificuldade nisso. Então, começamos a palestrar sobre gestão e não sobre fotografia e as palestras foram um sucesso, tivemos feedbacks muito bons, de pessoas agradecendo e pedindo nosso contato. 

Como após cada palestra ainda ficavam muitas dúvidas entre os participantes, a dupla teve a ideia de vender turmas de workshops nas cidades onde estivessem palestrando. Com isso, Gustavo estava sempre viajando, já que as palestras acabaram rodando quase todos os estados do país. Com mais dias fora, a agenda para fotografar casamentos ficava mais restrita e também mais concorrida. 

Fotologia

Em 2015, retornando de uma dessas viagens com o irmão, teve a ideia de oferecer cursos online. Pensando nisso, começaram a criar conteúdo na Internet voltado à fotógrafos, para criar audiência. Começaram com podcasts postados em um blog gratuito. Compartilhavam esses programas uma vez por semana e logo conseguiram uma audiência semanal de cerca de 12 mil pessoas. "Hoje parece pouco, mas na época era um número bem expressivo". Assim nasceu o projeto Fotologia. 

Em 2017, Gustavo participou de um curso online sobre criatividade, do comediante Murilo Gun. Por uma vaga, pagou R$ 900 e viu que a turma teve a participação de mais de 300 pessoas. Percebeu uma oportunidade ali e tomou a decisão de gravar um dos workshops presenciais que já faziam e levar para a internet. Já estava familiarizado com o conteúdo de Erico Rocha, especialista em lançamentos digitais, e aplicou a Fórmula de Lançamento. Tinha a audiência do público do podcast, criou o nome de vitamina V (de Vanassi) para o produto, cobrou R$ 790 pelo curso e, sem acreditar muito, vendeu 160 vagas em apenas quatro dias. 

Dali pra frente, o que era só um podcast, se tornou um hub de conteúdos, com audiobooks, aulas no YouTube, vídeos no Instagram e dois lançamentos anuais de cursos. Em 2019, o Fotologia atingiu o marco de 4 mil alunos em um dos seus treinamentos, para pessoas de 26 países, e se tornou o maior produtor do mundo de conteúdo de negócios para fotógrafos – título validado pela Hotmart, plataforma de comercialização e distribuição de produtos digitais, líder no segmento na América Latina. 

2019 também foi um ano marcado por grandes mudanças na vida de Gustavo. Já nos primeiros meses, percebeu que não fazia mais sentido fotografar e optou por parar a carreira no auge, para se dedicar inteiramente ao Fotologia. No final do ano, um desafio: a venda do estúdio da família. “Foi duro, um processo de luto, porque o Studio 7 transformou a vida dos meus pais e foi onde a foto desabrochou pra mim, mas aquele era o sonho deles e eles se realizaram com isso. Então fui incentivado pelo meu pai a também buscar os meus sonhos e vendi com a consciência tranquila, mas foi uma decisão muito difícil”, relembra.  

Novidades

Durante a pandemia do novo coronavírus, o empresário focou em produzir conteúdos online para ajudar milhares de fotógrafos de eventos a migrarem para ensaios com gestantes, crianças e debutantes, para que pudessem se manter durante o momento de crise. O feedback foi positivo e gratificante: “É muito legal poder ajudar a salvar os negócios dos fotógrafos e impactar a vida de tantas pessoas.” 

Além de criar conteúdo sobre fotografia, Gustavo já vinha se destacando em círculos e eventos de marketing digital. Isso fez com que se questionasse sobre usar o que aprendeu com o Fotologia para auxiliar pessoas de outros mercados a venderem seus produtos e conteúdo digital, assim poderia atuar em negócios de qualquer segmento. Dessa forma, no final de setembro deste ano, deixou de ser um dos sócios do Fotologia, no qual segue atuando como estrategista digital e diretor de lançamentos, para iniciar carreira solo. Com MBA em Marketing pela FGV/RJ e pós-graduação em Gerenciamento de Projetos pela Unisinos/RS, entrou em um projeto avançado de mentoria de Erico Rocha (Insider), onde faz análise de negócios e ajuda pessoas a lançarem seus infoprodutos, e também presta consultoria privada em marketing digital. “Eu não sou mais um fotógrafo que ministra cursos, sou um profissional de marketing e educação que agora ajuda pessoas a levarem conhecimento para o mundo inteiro usando ferramentas da Internet.”  

Lazer

Quando não está se dedicando ao trabalho, gosta muito de viajar com a esposa, Jaqueline Longhi Castaldello, que conheceu ainda na escola. O relacionamento teve início quando ele tinha 17 anos. “Começamos muito novinhos, mas somos muito parceiros. A Jaque é minha melhor amiga.” O casamento aconteceu anos depois, em 2010. Conhecer lugares novos, sempre acompanhado de uma câmera fotográfica é seu lazer. O que já foi profissão, agora virou o hobby favorito. “Não consigo ver a vida sem a fotografia, eu a escolhi e ela me escolheu também.”