Berço da colonização portuguesa no Brasil, Salvador encanta já na chegada e continua a surpreender pelo caminho.

Logo na saída do aeroporto de Salvador (Bahia) já é possível perceber que a estadia será incrível. A cidade recebe os visitantes com as boas energias de um túnel de bambu, e o restante do caminho não é diferente: assim que as praias começam a aparecer, vem a certeza de que se acertou no destino.
Berço da colonização portuguesa no Brasil, Salvador foi a primeira capital do nosso país e traz na arquitetura os estilos ibérico e barroco. São tantos detalhes que é fácil perder horas observando o Centro Histórico, que vai da Praça Municipal – onde está o Elevador Lacerda e sua vista de tirar o fôlego para a Baía de Todos os Santos – até o Largo de São Francisco. Ele engloba também o Terreiro de Jesus, Pelourinho, Praça Castro Alves e Mercado Modelo, este último parada obrigatória para encontrar souvenirs. Um prato – muito – cheio para quem é apreciador de história.
Casarões coloridos, igrejas centenárias, museus e restaurantes compõem o cenário do primeiro e mais conhecido bairro da cidade, o Pelourinho. Dá para se impressionar com a Igreja e o Convento de São Francisco, que têm paredes inteiras ornamentadas com detalhes em ouro. Também é lá que acontecem os ensaios do Olodum, um dos mais famosos e tradicionais blocos carnavalescos da capital baiana. Os encontros da banda são abertos ao público e acontecem às terças-feiras, às 19h, na Praça Tereza Batista. Já o Encontro da Percussão do Olodum é aos domingos, às 18h, no Largo Pedro Archanjo. Além disso, pare no bar O Cravinho, ótimo local para provar petiscos e cachacinhas. 
Outros cartões postais imperdíveis são o Farol da Barra, junto ao Forte de Santo Antônio – a praia é ótima para passar o dia e tem diversos bares e restaurantes por perto –, e também a Igreja do Senhor do Bonfim, localizada no morro de Monte Serrat, um dos pontos mais altos de Salvador. Não dá para deixar a cidade sem ter feito um pedido ao santo, amarrado uma fitinha na grade da igreja, outra no braço e levado muitas na bagagem para presentear os amigos. 
O pôr do sol é uma atração à parte, e o melhor local para curtir esse momento é a praia de Porto da Barra. Pequena e cercada por fortes e igrejas, possui águas claras e calmas, ótimas para a combinação banho de mar + água de coco. Se quiser esticar para a noite, o lugar é o Rio Vermelho, bairro da boemia. Além de diversos barzinhos, ficam lá as famosas barraquinhas de acarajé da Cira, no Largo da Mariquita, e da Dinha, no Largo de Santana. 

Praia do Forte

Localizado na Costa dos Coqueiros, litoral norte da Bahia, o antigo vilarejo de pescadores se transformou em uma vila muito charmosa, com lindas praias, piscinas naturais, coqueirais, lagoas, cachoeiras, trilhas e reservas ecológicas. 
Nas piscinas naturais é possível fazer mergulho com snorkel para observar a vida marinha e, se tiver sorte, sair de lá com uma foto cheia de peixinhos coloridos. A vila é uma das sedes do Projeto Tamar, que trabalha na pesquisa, proteção e manejo das cinco espécies de tartarugas marinhas que ocorrem no Brasil, todas ameaçadas de extinção.
Lá também ficam as ruínas da primeira fortificação portuguesa militar e residencial do país, o Castelo Garcia D’Ávila, que por suas características medievais é considerada a única construção do gênero nas Américas. É possível chegar de carro, em uma caminhada de cerca de 30 minutos a partir do centro da vila, ou contratando o serviço de bicicletas-táxi, que levam até três pessoas. 
Além da beleza natural, a vila ainda oferece ótimos restaurantes, com muitas opções de frutos do mar. Oportunidade perfeita para provar a moqueca, um cozido de peixe típico da culinária baiana. Também há lojas, cafés e bares. 
Flanar pela vila à noite sentindo a brisa do mar faz as férias valerem a pena!

Carnaval

Ao contrário do que se ouve por aqui, na Bahia não é Carnaval o ano inteiro. Se você gosta de agito, o ideal é ir entre os meses de dezembro e março. Os trios elétricos são a sensação e percorrem os circuitos da folia levando artistas nacionais. Os camarotes e a maioria dos blocos de carnaval de Salvador são pagos e, para participar (com mais segurança e comodidade), é preciso comprar um abadá (camisa que garante a permanência dentro do grupo). 
Quem prefere fazer sua própria festa sem gastar muito, pode acompanhar os blocos sem cordas e curtir a programação do chamado Carnaval Pipoca. Aos que optam por tranquilidade, o melhor é a baixa temporada, de abril a novembro. Nesse período, ainda é possível encontrar diversas opções culturais, como exposições e shows de música, mas nada de trio elétrico na rua. 

Casa do Rio Vermelho

Subindo uma ladeira da Rua Alagoinhas, se chega à casa que pertenceu aos escritores Jorge Amado (autor de obras como Capitães da Areia, Gabriela, Cravo e Canela e Dona Flor e Seus Dois Maridos) e Zélia Gattai, local para visitar sem pressa. A casa é equipada com um sistema audiovisual que ajuda a compreender a importância do casal. Um ambiente que mistura simplicidade e rusticidade a uma riqueza imensa em arte, cultura e história. Nas paredes, obras de Carybé e até mesmo Picasso. Em um gaveteiro estão expostas correspondências e lembranças enviadas por personalidades nacionais e internacionais, como Carlos Drummond de Andrade, Yoko Ono, Dorival Caymmi e Erico Verissimo. E, para finalizar, vale ficar um tempo apreciando as belezas do jardim, onde estão depositadas as cinzas dos dois escritores. 

Morro de São Paulo

A tranquilidade e beleza de praias paradisíacas é o que se encontra em Morro de São Paulo, na ilha de Tinharé, a 60 quilômetros ao sul de Salvador. Para chegar, só encarando uma viagem de duas horas de catamarã. As praias são numeradas: Primeira – a mais frequentada pelos moradores –, Segunda, Terceira e Quarta. Saindo de barco da Terceira Praia, é possível conhecer a Ilha de Boipeba, Garapuá, as praias do Encanto, de Moreré e Bainema, a Ponta do Curral e a Ilha de Cairu. Entre os meses de julho e outubro há também o incrível passeio para observação das baleias Jubarte. 
Morro de São Paulo ainda possui monumentos que ajudam a contar partes da história do país, como a Fonte Grande, importantíssima para o tratamento de água do Brasil colonial. Além disso, é lá que está a maior tirolesa do país, acabando dentro d´água. Quem curte praticar esportes pode velejar, praticar kitesurf  e andar de caiaque. A noite é movimentada, com muitas festas e luau à beira mar. Definitivamente, um passeio para renovar as energias.

Fonte: Afrodite 45