Múltiplas funções

31 de março de 2021, 13h03min

“A pandemia trouxe um olhar mais atento para os espaços residenciais, e a arquitetura precisa refletir essas mudanças e proporcionar espaços de qualidade.” A afirmação, da arquiteta Jaqueline Crocoli, traduz a importância atual, ainda maior, de preparar os ambientes para que seus usuários possam permanecer por mais tempo neles e com maior qualidade. Necessidade ainda mais especial nos quartos de crianças e adolescentes.

Público exigente, projetar seus dormitórios ganhou um ingrediente extra desde que as aulas passaram a ser online: é preciso pensar em múltiplas funções e com autonomia. “Hoje, além do espaço de dormir, o quarto infantil precisa armazenar todos os objetos pessoais, como roupas, calçados e material escolar, área para assistir televisão e bancada de estudos, item de destaque nesse momento. Aliado à funcionalidade, é preciso também investir na estética e conforto. Seja para dormir, ler ou estudar, precisa ser mais agradável.

Jaqueline também chama a atenção para a escolha dos materiais, tendo em mente a manutenção. “Painéis, acabamentos de superfície... que tipo de madeira estamos usando? Na bancada, por exemplo, que material é mais apropriado para o tampo, pois seu uso será contínuo.” A iluminação é outro fator relevante, já que na escola há uma diversificação que atende aos momentos de estudo, leitura, descanso e brincadeiras, e o profissional de arquitetura precisa estar atento a todos esses detalhes.

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Nos quartos das meninas, uma de cinco e outra de 10 anos, rosa é a cor preferida, mesmo assim, eles apresentam temáticas individuais. O da menor ganha ares de fantasia, com o formato de casinha e janelas, e uma atmosfera de menina-princesa na penteadeira para maquiagem. Por outro lado, o dormitório da pré-adolescente, que também remete a um clima de princesa pela cor, detalhes e espaço da maquiagem, contempla a área de estudo, trazendo autonomia para as atividades escolares.

O espaço de brincar no dormitório do menino inclui painel de escalada, corda para subir, área de circulação, uma configuração mais infantil que se transforma em espaço do videogame no projeto do quarto adolescente. “São as múltiplas funções que a arquitetura tem que representar e trazer para o dia a dia das crianças”, destaca Jaqueline. Os ambientes também ganham versão temática, fazendo alusão aos interesses de seus moradores. O menino, por exemplo, adora guitarra, então, a ambientação traz esse conceito de uma forma agradável, que não canse o olhar no dia a dia. O adolescente, por sua vez, gosta de videogame... seu espaço ganha a possibilidade de mudança de cor, com leds coloridos, para ele criar o clima perfeito quando quiser jogar.