UM OLHAR PARA VOCÊ
Não ter o controle de tudo está sendo uma das descobertas do ano para Mônica Paraboni
Definitivamente 2020 é um ano que me convida, senão obriga, a ter um olhar sobre mim. Confesso que sempre gostei da vida agitada, de trabalhar muito, estudar, socializar e me envolver em vários projetos. Gosto de estar rodeada de pessoas, trocar ideias, abraçar e, quando isso se torna proibido do dia pra noite, perco o chão. Após mais de 90 dias do início dessa pandemia me dei ao direito de parar e pensar, e repensar. Avaliar novas possibilidades, reavaliar prioridades. Me dei a liberdade de me sentir indignada, frustrada, impotente, por muitas vezes perdida, vivo uma montanha russa de sentimentos. Consigo, apesar disso tudo, ser grata, perceber tudo que sou e o que tenho, valorizo ainda mais as poucas pessoas que tenho o privilégio de conviver diariamente (meu marido, meu filho, minha família). Reconheço as verdadeiras amizades, pessoas que fazem falta, pessoas que fazem diferença, pessoas que esqueci facilmente. Não sei se posso chamar isso de ressignificar a vida ou se é apenas um momento, mas sinceramente não me preocupo com isso. Penso em viver um dia por vez, aproveitar cada um desses dias, descobrir novos talentos, identificar coisas que fazia e nem gostava. Nesse tempo de tantas incertezas, ligar o piloto automático não é permitido, pois a rota não foi calculada. Preciso ser protagonista durante todo o trajeto, aproveitar a viagem, curtir cada parada, afinal não sei ao certo qual será o destino final e, por incrível que pareça, não ter o controle está sendo mais uma das várias descobertas desse ano. Acho que nunca tive o controle, mas admitir isso é desafiador e dá medo. Tudo bem, sigo em frente, mesmo com medo, assim me sinto corajosa e destemida, praticamente uma desbravadora de novos tempos.
UM OLHAR PARA O OUTRO
O voluntariado está ligado à sua missão de alma, acredita Nina Schauren
Acredito que a realização do ser humano se dá na medida da vivência do amor. Amar a vida e tudo que faz parte dela, incluindo o próximo, percebendo que podemos fazer a diferença ao transformar a realidade, preenche nossa existência de sentido. O voluntariado trouxe para mim a possibilidade de me tornar um ser humano melhor. Meu sentimento é de que isso está conectado diretamente com minha missão de alma, e a vida adquiriu outro significado a partir do ajudar o outro. Ser voluntário é ter a capacidade de oferecer o nosso tempo, doando-nos para uma causa em que acreditamos, sem interesses, simplesmente para servir e ajudar. Isso tem o poder de multiplicar o bem, a empatia, a compaixão, e permite o desenvolvimento da capacidade de se colocar no lugar do outro, formando uma verdadeira rede de crescimento mútuo. Atualmente, sou voluntaria em três programas sociais, o Projeto Mão Amiga, do qual já fui presidente, a Associação dos Dirigentes Cristãos de Empresas (ADCE) e o Projeto Crescer, onde atuo na coordenação, e que visa auxiliar adolescentes de abrigos e casas-lares a desenvolver sua autonomia, além de capacitar esses jovens para inseri-los no mercado de trabalho.