Na última sexta-feira (31), o Comitê de Prevenção ao Suicídio promoveu a roda de conversa "Suicídio e Imprensa", na Câmara de Vereadores de Caxias do Sul. O bate-papo contou com a presença do psiquiatra João Paulo Brenner Filho, representante da Associação de Psiquiatria do Rio Grande do Sul na Serra Gaúcha, e de Arminda Bertuzzi, responsável pelo Centro de Valorização da Vida de Caxias.
De acordo com João, 800 mil suicídios acontecem por ano no mundo, sendo que 32 ocorrem todos os dias no Brasil. Os dados são da Organização Mundial da Saúde. "Temos que deixar de ver o suicídio como um problema individualizado e passar a enxergá-lo como um problema social", disse o médico. Ele também ressaltou a importância dos veículos seguirem as indicações da OMS relacionadas a divulgação de suicídios na mídia. "Precisamos pensar nas consequências que a notícia trará para a família da vítima e também para aqueles que estão vulneráveis".
A roda de conversa foi a segunda ação do Comitê de Prevenção ao Suicídio de Caxias do Sul. A primeira ocorreu em junho, e consistiu numa capacitação de escuta qualificada para profissionais da área da saúde, a fim de indentificar pessoas em risco. "Depois da criação da lei municipal do Setembro Amarelo, estamos iniciando um trabalho sistemático para reverter o crescente número de suicídio na nossa cidade", contou a vereadora Paula Ioris, autora da lei.
O bate-papo também foi de reflexão sobre a sociedade atual. Conforme defendido por Arminda, "vivemos num mundo onde as pessoas precisam se ouvir mais. Muitas vezes, apenas ter com quem falar já é de grande ajuda". A profissional também disse que para cada suicídio, 60 pessoas são envolvidas.
Segundo Arminda, o CVV foi criado em 1962, funciona 24h e conta com voluntários treinados para escuta qualificada, que atendem ligações de pessoas que se sentem em risco. O número é 188. Conheça o site do CVV aqui.