Percebi que estava sendo voluntária quando comecei a sentir a dor do outro e querer fazer algo para aliviá-la. Empatia e compaixão. Quando essas duas palavras estiverem intrínsecas é possível fazer o que julgamos ser impossível, doar o que temos de mais precioso: o tempo. Para mim, ser voluntária é estar feliz com a felicidade alheia, não ser indiferente ao sofrimento, à falta de dignidade, estar sempre pensando como aliviar um pouco a dor de outro ser humano.
Por acreditar que é possível um mundo melhor, direciono minhas ações a crianças em projetos como a Confraria do Bem, Mão Amiga, ADCE, Inav, Enca... Se eu conseguir mudar um pouco uma vida, ver um sorriso no rosto, saber que uma criança, nem que seja por um dia, não passou fome, ou teve condições de ir à escola, com certeza minhas horas de dedicação valeram à pena. Quando me proponho a ajudar é sem julgamento, sem esperar nada em troca.
Uso muito uma frase que é como um lema pra mim: ‘Fazer o bem sem olhar a quem’. Mas o voluntariado é uma via de mão dupla: o voluntário doa e recebe. Doa seu tempo, sua alegria, sua energia, sua criatividade, também seu dinheiro, e recebe uma experiência espontânea, alegre, prazerosa, gratificante; ganha o contato humano, a convivência com pessoas diferentes, a oportunidade de viver outras situações; aprende coisas novas, principalmente satisfação e bem-estar. Estamos nesta vida de passagem, mas ela não pode ser sem sentido, precisamos de um propósito, deixar um legado para as próximas gerações.