Para o outro
O voluntariado nasceu comigo, no berço de uma família humilde, mas sempre atenta e engajada nos serviços da comunidade. Por muitos anos, exerci a Medicina não apenas como profissão, mas também como uma missão. Me sentia feliz em poder unir o fazer profissional como anestesista com a acolhida serena e singela aos pacientes. Depois de alguns anos, com o apoio do marido e dos filhos, tomei a decisão de interromper a profissão e me dedicar à família e às causas sociais. O meu encontro com o Projeto Pescar, implantado na Cemar, empresa da família, foi decisivo para que eu me encontrasse com a construção do bem ao próximo. Estou engajada em muitas iniciativas de cunho social, mas o carinho pelos adolescentes e jovens em situação de vulnerabilidade me empolga, desafia e provoca muitos sonhos. Ajudá-los, no turno inverso da escola, numa idade decisiva, me encanta. Depois de ter encaminhado meus três filhos, sinto-me chamada a auxiliar na construção de novas histórias de vida junto àqueles que estão em situação de vulnerabilidade. Sou feliz por ter recebido de meus pais o exemplo de amor ao próximo. Agradeço minha família pelo apoio incondicional. Quero que meus filhos e netos continuem, um dia, o trabalho que realizo juntamente com meu marido, companheiro de todas as horas. Não é uma tarefa fácil atuar sistematicamente junto aos adolescentes e jovens, mas tenho aprendido muito. Sou agradecida à vida por me permitir ser voluntária.
Para você
Somente conseguimos dar aos outros o que transborda em nós. Se não conseguimos fazer algo por nós mesmos, não conseguiremos fazer pelos que nos rodeiam, seja família, amigos, colegas de trabalho ou relacionamentos. Por isso vejo com tanta importância o autocuidado. Diante da correria do dia a dia, precisamos tirar um tempo para cuidar de nós, pois o resultado vai refletir em todos aspectos de nossa vida. Viajar é uma das minhas formas preferidas de olhar para mim mesma, em especial quando viajo sozinha. Antes de tudo é um desafio, é sair da zona de conforto, lidar com minhas próprias sombras, fazer coisas que nunca fiz, dirigir por lugares desconhecidos, passar tempo longe de quem amo. Essas experiências me fortalecem, me mostram o quanto sou capaz e, acima de tudo, me fazem refletir e perceber quem realmente sou, o que gosto de fazer quando só cabe a mim a escolha do que comer, visitar, por onde viajar, ou quando a vontade é simplesmente fazer nada... com menos preocupações, julgamentos ou expectativas, respeitando tão somente os meus desejos. Recém voltei da última e mais longa dessas viagens: fiquei quatro meses nos Estados Unidos e quase um mês no Havaí, realizando o sonho de morar na praia. Pude melhorar meu inglês, compartilhar apartamento com estrangeiros, testar como é trabalhar à distância... Surfei, mergulhei, fui ao topo de um vulcão, conheci lugares incríveis e fiz novas conexões, vivências que vão abrindo caminhos e inspiração para as próximas viagens.