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Sobre a nossa relação com o meio ambiente | Revista Afrodite

Nossa relação com a natureza

Lisete Alberici Oselame, Cintia Buzin e Andressa Barroso
Lisete Alberici Oselame, Cintia Buzin e Andressa Barroso

Pitaco, nova editoria da Afrodite, é uma ideia que surgiu da vontade de dar voz à opinião das mulheres da nossa região. A cada edição, seguiremos conversando a respeito de assuntos que sejam de relevância no cenário atual. 

Assim, na Afrodite51 convidamos três mulheres influentes para expressarem o que pensam sobre o tema meio ambiente. Confira o que dizem Cintia Buzin, Lisete Alberici Oselame e Andressa Barroso:

Você acha que as pessoas conseguirão evoluir a ponto de respeitar as outras espécies de vida e, assim, viver em harmonia?

Sou daquelas pessoas que ainda acredita no ser humano. Que existem mais pessoas boas do que ruins no mundo, então não tenho como fazer uma análise por outro ponto de vista. Sem generalizar (porque sei que temos problemas) e analisando o assunto de forma ampla, acredito que estamos evoluindo, sim, em direção a uma nova era, onde haverá respeito mútuo entre os seres humanos e a natureza. Vai demorar alguns anos, gerações talvez, para atingirmos um nível de maturidade nessa relação, mas estamos em constante evolução, e digo isso olhando para minha vida e profissão. Quando criança, não recordo de haver debates sobre desmatamento, poluição, natureza, preservação. Não era um assunto pertinente. Mas já há alguns anos, o assunto vem sendo abordado dentro das empresas, nas escolas, na mídia, nas famílias, e a soma de tudo isso fará com que a grande massa mude sua cultura, no sentido de existir uma relação saudável com o meio ambiente. Vamos viver em harmonia com a natureza, vai demorar, mas com certeza chegaremos lá. 

Cintia Buzin, empresária.


Não há como negar a negligência do homem na desordenada intervenção no meio ambiente e o consumo desenfreado. Excluindo-se os de força maior, o maior predador da natureza causou acidentes ambientais sem precedentes que poderiam ser evitados. As causas dessas agressões estão diretamente relacionadas aos pilares culturais, políticos e econômicos, que demandam agregação de valores para um desenvolvimento ético e sustentável. O que fazemos atualmente é mínimo. Por mais que governos e grandes empresas propaguem seus esforços na preservação do meio ambiente, ainda estão longe de colocar o tema como prioridade, pela diversidade de interesses. Os cidadãos deveriam defender com vigor as propostas de defesa da natureza, já que os recursos naturais são exauríveis.  Mas, para isso acontecer, será necessária uma revolução de valores que passa necessariamente pelo processo de educação e conscientização. Não acredito que tão cedo iremos conseguir viver em harmonia, ainda distante de acontecer...anos luz. 

Lisete Alberici Oselame, relações públicas.


Preservar não é uma tarefa fácil para a humanidade, nunca foi. Nossa falta de conexão com o planeta vem trazendo efeitos. Precisamos nos reconectar com a terra e entender que somos uma célula viva, parte de um todo. A natureza sempre esteve aqui para nos possibilitar a vida, mas precisamos trabalhar de maneira consciente, se não deixaremos muito pouco para nossas futuras gerações. Para mudarmos esse quadro são necessárias políticas públicas de qualidade, que valorizem a educação ambiental e que se preocupem em preservar e não apenas extrair os recursos naturais. Além disso, pequenas ações em nossas comunidades são capazes de contribuir, e muito, para o desenvolvimento desse conceito, e nos aproximam das nossas verdadeiras necessidades como habitantes. Reciclar o lixo, trabalhar arquiteturas mais eficientes, não usar sacolas e canudos são ações pontuais, mas que já fazem a diferença nesse todo. Ainda assim, investir em nossas crianças continua sendo nosso maior legado.

Andressa Barroso, arquiteta.