Apaixão por livros e pela literatura gaúcha está presente desde criança na vida da fisioterapeuta Berenice Pires Prates, quando começou a escrever as primeiras histórias e a se destacar em concursos literários na pequena Minas do Butiá, atual Butiá, a cerca de 80 quilômetros da capital do Rio Grande do Sul. Um sonho que parecia distante, interrompido pelos acasos, mas que ganhou força a partir de 2008 e acaba de se tornar realidade.
No dia 10 de agosto, das 19h30 às 22h30, na Casa de Cultura Percy Vargas de Abreu e Lima, em Caxias do Sul, Berenice lança seu primeiro livroContos Campestres pela Chiado Editora. A obra já rompe a fronteira do Brasil ao ser comercializada também em Portugal, Angola e Cabo Verde. Os dois contos que integram a obra têmligação direta com a infância e a adolescência da escritora que cresceu com os pais e os dois irmãos em meio à natureza, com os viveres simples do interior.
“Sempre senti uma necessidade de criar e contar histórias. Para mim, escrever ficção é, sem dúvida, uma arte”, ressalta Berenice.
Contos Campestres é um convite a um passeio bucólico pelo imaginário da autora, por meio de uma narrativa deestilo e linguagem simples, mas pulsante e atemporal, identificada com o melhor da tradição do regionalismo literário.
A primeira narrativa se passa na Estância Águas de Sanga, onde Ana de Castilhos vive suas aventuras e desventuras ambientadas no meio rural do interior do RS, entre o final da Segunda Guerra Mundial e meados dos anos sessenta.
Ao lado do marido, o estancieiro bem estabelecido, José Bento, ambos intimamente ligados à natureza rústica do local, eles veem sua rotina alterada pela chegada de Dr. Piero, médico italiano naturalista e sua frágil e jovem esposa Isabella. A história de Ana sofre então uma importante reviravolta após esse encontro inesperado. No entanto, o desenrolar dos acontecimentos não se encerra nessa obra.
“A intenção é dar continuidade, ou seja, quero transformá-lo em uma saga”, explica.
Intitulada Pequeno Conto do Brejo, a segunda narrativa, uma fábula, apresenta a história de um pequeno reino, ambientado em uma lagoa, cujos habitantes vivem uma crise político-social agravada pela degradação do meio ambiente. É nesse cenário, antes próspero e rico em recursos naturais, que surgem Demi, uma rã anciã, Justi e Étics, uma garota e um garoto-rãs.Juntos, esses valentes idealistas iniciam uma jornada para tentar restabelecer o equilíbrio e as possibilidades de sobrevivência desse pequeno nicho ecológico. “Nesse conto, não por acaso, busquei inspiração em questões muito atuais, ligadas ao poder e à sociedade”, aponta.