A ênfase é da presidente da Federasul, Simone Leite, palestrante da reunião-almoço da Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Caxias do Sul (CIC), nesta segunda-feira (22), quando demonstrou preocupação com a crise política vivida pelo país e seus efeitos sobre a economia. Ela criticou o baixo engajamento, o silêncio e a desorganização da classe média empreendedora. “Não adianta fugirmos da nossa responsabilidade, silêncio e omissão não serão tolerados”, afirmou a empresária.
Para Simone, o Brasil vive um momento único de mudanças, e a classe produtiva deve manifestar opinião, ocupar os espaços e trabalhar por um projeto de futuro. Condenou o fato de a maioria escolher alguém para representá-lo, seja na política ou nas entidades, e nunca mais participar, acompanhar, cobrar ou colaborar em decisões consideradas importantes para o interesse da sociedade.
“Não dá para ficar nesse marasmo e fugir da nossa responsabilidade”, afirmou, sugerindo que se fale mais sobre política nas famílias, dentro das empresas e das entidades. “Neste momento em que se olha para todos os lados e se enxerga maus exemplos, ainda existem milhares de entidades, sem fins lucrativos, que se mantêm como verdadeiros refúgios de moralidade, com voluntários qualificados trabalhando honestamente pelo bem comum e pelo interesse coletivo”.
A presidente da Federasul acredita que o engajamento e a mobilização da sociedade podem fazer com que os representantes no Congresso sigam votando as reformas que, em sua opinião, precisam acontecer, “com Temer ou sem Temer”. Ela também espera que os que tiverem seu envolvimento comprovado em corrupção sejam punidos e que se restabeleça a tranquilidade institucional, para que o Brasil supere a crise, resolva seus problemas e volte a crescer. Além disso, defendeu a reforma política e o fim à releição.
Simone Leite foi especialmente convidada para palestrar na reunião-almoço que comemorou os 20 anos do Conselho da Empresária da CIC. Ela acentuou que a mulher empreendedora tem umperfil mais preocupado em crescer junto dos que estão a sua volta, é capaz de envolver mais pessoas em ações e promover mudanças na sociedade. “Precisamos ser valorizadas e respeitadas pelo que fizemos”, sustentou, ao falar da cultura machista que ainda persiste e da necessidade de as mulheres conquistarem mais espaço e respeito em sua luta por direitos iguais.
Já a presidente do Conselho da Empresária, Zeli Dambroz, lembrou o surgimento do Conselho na estrutura organizacional da CIC, em 1997, afirmando que exercer o papel de liderança das mulheres empresárias foi um grande desafio, mas plenamente superado por todas as 10 presidentes que a antecederam no cargo. Zeli Dambroz , a vice-presidente do Conselho, Cíntia Buzin, e as ex-presidentes foram homenageadas com flores pelo presidente da CIC, Nelson Sbabo.