Quando se trata de energia solar fotovoltaica, o Rio Grande do Sul está na vanguarda de um mercado que vem crescendo exponencialmente nos últimos anos: o do aproveitamento de um recurso natural e abundante para produzir uma alternativa de energia limpa e renovável. Isso porque o estado é o segundo no Brasil com a maior potência instalada, atrás apenas de Minas Gerais e à frente até mesmo de São Paulo. “Este é mercado que tem suscitado maior interesse da sociedade pois gera muitos empregos e renda e tem grande potencial de crescimento”, destacou o diretor do Departamento de Energia da Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema) do Rio Grande do Sul, Eberson Silveira. Ele palestrou na reunião-almoço da Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Caxias do Sul (CIC) nesta segunda-feira (13).
De acordo com Silveira, o mercado fotovoltaico é promissor e tem evoluído bastante nos últimos anos. Os números comprovam esse crescimento. Segundo dados de abril deste ano, o Brasil já acumulava 822 MW de potência instalada em geração distribuída. Destes, 117,8 MW estavam no Rio Grande do Sul, sendo 113 MWp de energia fotovoltaica e os outros 4,8 divididos entre geração eólica, hidrelétrica e termelétrica.
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Outro fator interessante é que os projetos para utilização da energia solar como fonte de eletricidade ou calor não se concentram em apenas uma região ou segmento: eles têm se espalhado por todo o Estado, em áreas urbanas e rurais, tanto em residências quanto em empreendimentos comerciais e industriais. “O diferencial da energia fotovoltaica é que se pode fazer projetos de qualquer tamanho, em qualquer lugar onde haja sol”, salienta o diretor. Na Região da Serra, há mais projetos industriais do que residenciais instalados, revelou.
O diretor explica ainda que a energia solar fotovoltaica, assim como a energia eólica, é um tipo de energia complementar. Por isso, trabalha-se com um sistema interligado à rede convencional de energia. Por um processo eletrônico, a energia do sol é transformada em energia contínua e, depois, em corrente alternada, para ser utilizada pelos equipamentos da casa ou empresa. A produção extra é enviada à rede, transformando-se em créditos que o consumidor poderá utilizar à noite ou em dias sem sol.
Atualmente vários bancos oferecem linhas de crédito de até 60 meses para a instalação de projetos de energia fotovoltaica, com possibilidade de financiamentos em até 120 meses, via Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), para projetos maiores. Outras opções de custeio são o BADESUL e o Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) e Banrisul, citou Silveira. Eberson Silveira comentou ainda que o passo decisivo para viabilizar a geração distribuída de energia fotovoltaica no país foi dado com a Resolução Normativa nº 482 da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), de 17 de abril de 2012, alterada pela resolução nº 687, de 24 de novembro de 2015.
O diretor de Energia da Sema-RS falou também sobre outras ações que estão sendo feitas pelo governo estadual para desenvolver o setor energético gaúcho, como projetos de novos parques eólicos e em biogás e biometano. Segundo Silveira, a Região da Serra tem a quinta maior disponibilidade de biomassas residuais do estado, com potência anual de 4,5 milhões de toneladas. Somente Caxias do Sul possui uma geração anual de 470 mil toneladas.