A crise do coronavírus está aí e vai e está impactando as vidas. Existem sim motivos para muita preocupação e cuidados, respeitando os próximos e evitando a proliferação do vírus, mas é importante evitar o desespero. Com organização e cuidados iremos atravessar essa crise, basta observar a China, onde tudo começou e que já conseguiu controlar a situação. Contudo, na crise se tem uma preocupação grande com as finanças pessoais.
"Importante ver que a crise terá impacto nas finanças pessoais, e é preciso se precaver, hora de fechar a torneira e reduzir ainda mais os gastos. Muitas pessoas que estarão em quarentena em casa, ou trabalhando no regime de home office devem se preocupar, pois isso pode gerar mais gastos, como nos casos de alimentação, consumo de energia, internet, dentre outros. É preciso planejamento", explica Reinaldo Domingos, presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (ABEFIN).
Contudo, segundo Domingos, mesmo com um cenário pouco animador, não há motivos para desespero, e sim para planejamentos e adequação, buscando sair fortalecido deste período. Para auxiliar, o especialista da ABEFIN elaborou algumas orientações fundamentais para sair dessa situação fortalecido:
Criar estoques de produtos - muitas pessoas já saíram para comprar todo o estoque e máscara e álcool em gel possível, comprando até o que não vai utilizar. Cuidado, pode se ter um gasto desnecessário e até prejudicar os outros, que quando necessitarem não terão esse produto. Também cuidado para não comprar coisas inúteis impulsionados pelas fakes news, busque informações em meios de comunicações confiáveis antes de qualquer ação. Mesmo com comida muito cuidado, avalie vencimentos e não forme estoques monstruosos.
Home office ou quarentena - trabalhar ou estar isolado em casa não significa economia, muitas vezes isso ode resultar em mais gastos, pois as pessoas vão toda hora para a geladeira comer algo, também existe os gastos com energia, internet e outros que terão maior consumo. É hora de fazer anotações e planejamento para que não tenha o descontrole financeiro.
Cuidados profissionais - Evite contatos desnecessários nessa época de crise, não é preciso abraço, beijo e aperto de mão para fechar negócios. E respeite o ambiente de trabalho, pois isso fará com que as chances de problemas nas empresas sejam menores, impactando menos até mesmo na empregabilidade.
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Chegou a hora de saber investir - se tem dinheiro para investir e com o dólar disparando e as bolsas de valores totalmente malucas, agora é hora de muito cuidado para quem quer investir, contudo, é hora de aprender com as quedas da bolsas que fez muitos perderem dinheiro, não existe dinheiro fácil. No mercado financeiro, existem diversas opções de aplicação em ativos financeiros com riscos diferentes. A orientação é procurar variar o investimento de acordo com o tempo que utilizará o dinheiro. De forma geral, o risco de uma aplicação financeira é diretamente proporcional à rentabilidade desejada pelo empreendedor, ou seja, quanto maior o retorno estimado pelo tipo de aplicação escolhida, maior será o risco, por isso, é preciso cautela.
Faça uma faxina financeira - sabia que, em média, 25% dos nossos gastos são com supérfluos? Com a crise a recomendação é ficar mais em casa, evitar saídas desnecessárias e gastos desnecessários. As pessoas sempre dizem que não têm mais da onde reduzir os gastos, mas, depois, quando fazem uma análise, observam que é possível. Por mais que essa crise seja horrível, é preciso aprender com ela, muitas vezes o fato de ter menos opções pode mostrar que é possível viver com menos.
Lide com a alta do dólar - Com a alta do dólar a população brasileira é atingida, pois somos consumidores. Somada à inflação, que também está aumentando, a alta da moeda americana reflete diretamente no preço de produtos e serviços de nosso cotidiano, encarecendo-os substancialmente e, consequentemente, diminuindo nosso poder de compra. Um exemplo de aumento é o relacionado ao trigo, que é em grande parte importado, o que irá refletir no aumento no preço do pãozinho da padaria, bolos e diversos produtos do dia a dia da população. No supermercado isso deve ser sentido também em todos os produtos que possuem matéria prima. Se o dólar aumenta, os preços desses produtos aumentam também. Embora não seja motivo para pânico, há muitos cuidados a serem tomados nesse período. Por isso, o melhor a fazer é reunir a família, rever os custos diários e mensais, reduzir os excessos e supérfluos e fazer algo que parece óbvio, mas muita gente não consegue: garantir que o ganho sempre seja maior que as despesas.
Chegou a hora de sonhar - por mais que o cenário para muitos seja de pesadelo, nessa hora, é de grande importância sonhar, ou seja, definir os objetivos materiais, pois eles é que farão com que se tenha foco para evitar o descontrole ou mesmo o desespero. Reúna a família e converse sobre o tema, e o que pode fazer depois dessa crise dividindo os sonhos em três tipos: curto (até um ano), médio (até dez anos) e longo (acima de dez anos) prazos, definindo também quanto custam e quanto poderão poupar por mês para realizá-los.
Mude o formato de seu orçamento - um erro comum é pensar que orçamento financeiro familiar consiste em registrar o que se ganha e subtrair o que se gasta e, caso sobre dinheiro, será lucro, se faltar, prejuízo. A forma correta, no entanto, consiste em, primeiramente, elaborar o registro de todas as receitas mensais, posteriormente, separar os valores pré-definidos para os projetos da família e, somente com o restante, adequar os gastos da família. Isso forçará um ajuste do padrão de vida familiar para conquistas financeiras.
Livre-se das dívidas - muitos pensam em como se livrar das dívidas em um momento de crise. Pode parecer impossível, mas é exatamente nesses momentos que os credores também oferecem as melhores condições para negociações. A orientação é que o primeiro passo seja o de resolver o problema que levou ao endividamento, isto é, a causa. Adequar seu padrão de vida a sua realidade é muito difícil, mas é fundamental observar que não pode viver em uma realidade que não é sua. Cortas gastos para ganhar fôlego e, assim, poder assumir o compromisso de pagar as dívidas é a melhor opção agora. Se não se livrar desse problema de forma emergencial, pode ter certeza que a alta dos juros prejudicará a sua saúde financeira no futuro.