Fotos Fabio Grison
Por Cíntia Colombo
Filha única em uma família de empreendedores, tendo as empresas do pai e da mãe como opção para seguir carreira, ela decidiu sair da zona de conforto e arriscar um caminho novo. Escolheu o Direito como profissão, mesmo sem ter amigos ou familiares na área. Formada pela PUC, em Porto Alegre, tem pós-graduação em Direito Empresarial, Processo Civil e Direito Trabalhista. Ágatha Maria Tonietto prosperou, hoje está à frente do escritório de advocacia que leva seu nome e, neste ano, assume a função de presidente do Conselho da Empresária da Câmara de Indústria, Comércio e Serviços (CIC) de Caxias do Sul. Descreve a si mesma como uma pessoa inquieta, persistente, que ama empreender, muito determinada e que está sempre pensando em algo novo.
História
Natural de Caxias do Sul, estudou no Colégio Carmo e, aos 17 anos, durante o último ano do Ensino Médio, foi morar no Canadá, em um programa de intercâmbio, onde concluiu os estudos. “Foi um período de grande amadurecimento, muito mais do que aprender a língua é aprender a viver com a independência que precisa ser administrada”, conta.
A opção pela faculdade de Direito foi uma ideia que surgiu e amadureceu enquanto estava fora do país. Motivada pelo senso de justiça, por casos que observava por lá e também após retornar ao Brasil, avaliava as situações com olhos mais críticos. A escolha causou surpresa para a família, já que a expectativa era que seguisse os passos da mãe ou do pai.
O primeiro trabalho teve início cedo na vida de Ágatha que, aos 15 anos, se dividia para auxiliar nas empresas dos pais em serviços de banco e outras atividades. Durante a faculdade, fez estágios em órgãos públicos, foram quatro anos atuando no Tribunal de Justiça e um ano no Fórum, ambos em Porto Alegre. Após a formatura, retornou a Caxias e trabalhou um período em um escritório de advocacia.
Empreender
Embora no início da jornada no Direito tivesse a pretensão de se tornar juíza, a veia empreendedora familiar acabou falando mais alto. “Passei três meses só estudando para passar no concurso, mas sou muito inquieta, então decidi montar o meu próprio escritório, inicialmente junto a dois sócios”, relembra Ágatha, que chegou a passar no concurso para magistratura, mas não tinha os três anos de trabalho na área que o cargo exigia quando foi chamada.
Um dos maiores desafios que enfrentou ao abrir o escritório foi o preconceito por ser mulher e muito jovem. “Sempre temos que mostrar mais do que qualquer pessoa, isso dá mais vontade de provar nosso valor, mais garra para seguir.” A partir de 2016 passou a comandar sozinha o escritório Ágatha Tonietto Advogados Associados, que hoje conta com uma banca de dvogados para dar suporte. A empresa, que atualmente tem seis funcionários, atua na área empresarial e cível, com experiência no atendimento de processos de encaminhamento para a cidadania italiana.
A empresária comemora o fechamento de 2019, que teve as metas atingidas e crescimento em torno de 16%, e inicia 2020 com novos projetos. Ela ainda não pode contar quais são, mas revela que há uma grande expectativa para que esse ano seja ainda melhor.
Família
É casada, há 10 anos, com Mario Studt Júnior, que conheceu durante a festa de formatura da ajuris (Escola Superior de Magistratura). E, há quase três anos, a vida do casal ficou mais movimentada com a chegada da pequena Laura. Ágatha estava no escritório quando a bolsa estourou anunciando o nascimento da menina. Mesmo assim, atendeu um cliente e só depois pegou o carro e foi para o hospital. De lá ligou para avisar o marido. “Isso é ser mãe empreendedora”, diverte-se, descrevendo a maternidade como um acontecimento muito gratificante em sua vida.
Nos momentos de lazer, aproveita os passeios com a filha e a convivência familiar com os pais e a avó. Junto com o marido, são eles que dão o suporte necessário para que ela possa ter a liberdade necessária no trabalho.
Conselho da Empresária
Integrante desde 2011 do Conselho da Empresária, a advogada foi vice-presidente na gestão 2018/2019 e agora assume o comando do grupo. A ideia é otimizar as atividades já organizadas com objetivo de atingir o maior número de empreendedoras e destacar o importante papel do Conselho ao reforçar que a mulher é capaz de estar à frente do seu negócio. “Historicamente percebemos que há sempre uma mulher junto aos grandes acontecimentos, o que fazemos é colocar ela à frente. Vou me dedicar ao máximo e fico muito tranquila, porque sei que tem uma equipe de conselheiras atuantes e competentes”, finaliza.