Paula Boarin, especialista em personal branding, tem o orgulho de anunciar que, além de coach e trainer, escolheu ser professora: “São várias as razões que me fizeram desejar verdadeiramente essa profissão, entre elas: meu pai faleceu muito cedo e grande parte das figuras masculinas que tive ao longo da vida foram professores. Esses profissionais transformaram a minha vida, mudaram o rumo da minha carreira e me ajudaram a ser uma pessoa melhor”.
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Professores são aqueles que ensinam e, ao mesmo tempo, aprendem. “Se o saber só serve para você, este não serve para nada! E tal lição me foi ensinada pelos meus mestres, pois a gente é o que oferece e não o que retém”.
Multiplicar o saber
Pensando em ajudar aqueles que almejam se tornarem bons professores, Paula afirma: “Gostar muito de estudar, ter o hábito da leitura, ter prazer em se atualizar e facilidade ao falar em público coloca você mais próximo da profissão. Se você já foi elogiado por sua capacidade de tornar conceitos complexos em conteúdos simples, isso é uma boa pista que possui a didática necessária. Contudo, não se limite; você pode desenvolver o que for necessário, basta dedicar-se”. Outro ponto é conhecer as “regras do jogo”: “Por mais que eu não concorde com algumas ‘regras’ do ensino tradicional, muitas oportunidades são atreladas a essas regras. Ter um currículo recheado de boas formações faz parte, assim como boas experiências profissionais para compartilhar, disposição para fazer mestrado, etc.”.
“Como aluna comecei a ter minhas primeiras oportunidades; tinha bom desempenho e me esforçava para ganhar as premiações que a faculdade oferecia. Logo, fui sendo chamada para falar com os calouros, convidada a conduzir fóruns de discussão...Se você tem um bom relacionamento com um professor, já tem por onde começar. Declare seu desejo, peça dicas, aconselhamentos, orientações...Esteja aberto a aprender com quem já chegou lá”, orienta a especialista, deixando claro que o famoso networking também é necessário nessa profissão.
Algo importante: esteja disposto a trabalhar de graça: “Uma forma de começar é ofertar palestras para as universidades conhecerem seu trabalho”, aconselha, Paula, e compartilha: “Devo ter feito mais de 15 palestras gratuitas; cada uma demora em média 10 horas para ser produzida. Fora o tempo de deslocamento para a universidade, o tempo da própria de palestra, o tempo do cafezinho para conversar com os coordenadores, o tempo do preparo das aulas ‘teste’, o tempo para executar essas aulas ‘teste’, etc.”. Outra forma de começar é participando como convidado de aulas de outros professores. “Estar disponível para fazer um bom trabalho pela experiência e visibilidade faz parte!”.
Por último, mas não menos importante, é estar pronto para colocar a mão na massa: “Arrume seu Lattes, faça uma carta de apresentação, organize uma lista das faculdades que você gostaria de dar aula, busque e-mails, contatos, conexões no Linkedin e vá pra cima. Apresente algo para que a faculdade conheça seu trabalho e vá melhorando a cada experiência. Nada é perdido: uma palestra gratuita feita já conta para seu currículo e para sua experiência!”.