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Um ser mais humano, por Joe Guidini | Revista Afrodite

Um ser mais humano


Foto Freepik

“As pessoas não precisam ser assim.” Ouvi essa da minha namorada enquanto conversava com ela sobre a escrita desse texto. Confesso, as dificuldades para preencher essa página com os 2800 caracteres. Veja bem, para mim, escrever não é uma tarefa difícil. Eu vivo praticamente da minha escrita. Escrevo peças publicitárias, e-mails de resposta rápida na minha empresa, artigos no meu LinkedIn, informar e até roteiros fantásticos para o meu audiodrama. Mas escrever sobre mulheres, em uma revista para mulheres, se provou o maior desafio de escrita que eu já enfrentei.

Eu não queria usar esse espaço para trazer dados sobre como o mercado de trabalho é injusto com as mulheres, porque acredito que todos nós já estejamos a par desse tema; tampouco queria usar esse espaço para dizer como é incrível que mulheres consigam fazer várias atividades ao mesmo tempo, porque fazer várias coisas geralmente ao mesmo tempo não deveria ser motivo de orgulho (quem incentiva esse pensamento é uma pessoa que deveria estar solicitando aquela mulher precisa de ajuda).

“Por que diabos eu não consigo escrever esse texto ?!”, me perguntei enquanto escorava a cabeça no box do chuveiro. Foi aí que a água lavou os meus pensamentos e eu percebi: porque não fui incentivado, em momento algum da minha vida, a enxergar as cortinas que o feminino possui.

Eu sempre preferi personagens mulheres e aqueles com características femininas aos machões. Shun de Andrômeda, nos Cavaleiros do Zodíaco; Cortana, na série Halo; Neytiri, de Avatar; Ellen Ripley, em Alien. Obviamente que, tendo crescido no final dos anos 1990 e início dos anos 2000, esses gostos não eram iniciados pelos colegas de escola nem pelos ciclos próximos. “Onde já se viu menino gostar de personagem mulherzinha ?!” ou “tem que gostar de meter a porrada”.

Mas a real grandeza do feminino está justamente no oposto. Está na empatia, sem reconhecimento das limitações, na escuta ativa, sem autoconhecimento. Tudo isso junto faz com que sejamos mais completos e cientes do mundo à nossa volta. Essas são características que estão sendo, nos últimos anos, extremamente procuradas em profissionais, de todos os níveis e em todos os setores. São habilidades necessárias para as novas lideranças.

Ter tido a preferência por esses personagens me fez ter a sorte de conviver com mulheres incríveis. Mulheres que me ensinaram a ser o profissional que sou. Que me ensinaram a reconhecer o líder dentro de mim, que escuta, pensa e idade. Que resolve com muito mais humanidade fazer aqueles que batem de frente com os problemas, que agem sem pensar. O feminino permite que sejamos mais humanos.

E se você acha que eu estou errado, saiba que você não precisa ser assim.