O que você pensa sobre uma mulher liderar o lugar em que você trabalha? Seja uma empresa, um departamento, uma repartição ou outro tipo de estrutura. Talvez até você já viva essa realidade. Então, o que eu lhe pergunto é: o que você pensa a respeito? Sinceramente? Você vê com bons olhos ou com restrição? E a pergunta não é para checarmos se estamos sendo “politicamente corretos”. A reflexão visa fazermos uma auditoria sincera sobre o nosso padrão de pensamento.
Mulheres líderes melhoram o desempenho das empresas e de qualquer organização humana. É a conclusão de um estudo da consultoria McKinsey. Segundo a pesquisa (fevereiro de 2018), ter mulheres em cargos de liderança amplia a chance de uma empresa ter desempenho financeiro acima da média em 21%. Apesar disso, o índice de mulheres executivas ainda é pequeno: mesmo entre as empresas com maior índice de diversidade, apenas 10% possuem mulheres na direção – e só 1% ocupando as primeiras posições.
Esse tipo de informação não é novidade. Conscientemente, a sociedade concorda sobre a importância da mulher na condução de organizações (países, estados, prefeituras, empresas, unidades de negócios, departamentos, etc). Então, porque isso não ocorre ainda num nível pelo menos esperado (50% mulheres e 50% homens)? Meu palpite? Por causa de um vírus existente na quase totalidade de nossas mentes. O vírus de pensar que “alguns são superiores a outros”. Seja sincero. Pergunte a você mesmo: você acredita que um ser humano é superior a outro?
Não me refiro à capacitação, estudo, habilidades desenvolvidas. Isso tem a ver com preparação. Aí, tudo bem. As diferenças entre as pessoas são explicadas por diferentes estágios da jornada de cada um. Agora, se acreditamos que, por definição, algum ser humano é superior a outro, aí estamos com problema. E, na minha vivência, penso que esse é o padrão de pensamento da maioria dos seres humanos. Infelizmente, esse é o vírus que explica o preconceito, o racismo e, para ficarmos no tema do artigo, o fato de ainda não vermos as mulheres ocupando o espaço que deveriam.
E qual a solução para esse quadro? Como qualquer mudança, começa com a consciência. Se, na privacidade da consciência, muitos de nós ainda pensam que alguns são superiores a outros, isso precisa mudar. Precisamos ensinar a nós mesmos e às crianças que somos filhos do mesmo Criador, da mesma Mente de amor e igualdade. Quando entendermos que estamos todos juntos nesta jornada chamada vida, a nossa experiência conjunta começará a se tornar mais justa, amorosa e próspera.
Em resumo: para vermos as mulheres mais no lugar em que deveriam estar, precisamos fazer uma reconfiguração mental urgente. Só assim vamos curar a nossa sociedade. Pense nisso.
por Fred Graef, consultor de gestão comercial, mentor e palestrante. Fonte: Afrodite 46