Lá se vão mais de 7 mil anos de convivência com a humanidade. Quanto arroz! Tudo leva a crer que sua origem seja asiática — naquelas terras, aliás, os arrozais moldam paisagens e norteiam a economia de vários países. O alimento viajou pelo mundo e hoje aparece no cardápio de, pelo menos, metade da população do planeta. As receitas são as mais diversas. Há desde o tipo grudento que acompanha o peixe no sushi até a variação cremosa dos risotos italianos. Por aqui, ele forma dupla com o feijão, num arranjo lotado de vantagens ao organismo.Nutrição por inteiro O arroz integral é o que mais se destaca pelo conjunto da obra. Justamente por não ter passado por refinamento, o cereal mantém intactas películas que guardam estruturas valiosas, caso do farelo e do gérmen. Assim, apresentado de forma, digamos, mais rústica, o arroz preserva sais minerais, proteínas, vitaminas e fibras — sem contar que permanece fonte de carboidrato e energia.
Para completar, é destacado por estudos como ingrediente que dá um empurrão ao emagrecimento. Isso porque sua porção fibrosa faz com que o esvaziamento do estômago seja mais lento e o cérebro breque a vontade de comer, em uma atuação que prolonga a saciedade. É um mecanismo que evita, em particular, o acúmulo de gordura na região abdominal. Daí que o grão não pode faltar no menu de quem preza muito mais que uma boa forma.
Outra vez há que se louvar as fibras. Elas têm o poder de diminuir os picos de glicose no sangue, ajudando a regular a liberação de insulina, o hormônio que abre as portas para o açúcar ser aproveitado pelas células. Esse papel tem repercussões pra lá de positivas: favorece o controle do apetite e poupa o pâncreas de trabalhos extras. Nesse cenário, cai o risco de o diabete tipo 2 espreitar o organismo. Mas a atuação das fibras vai além. Ainda prestam serviço ao trânsito intestinal. É que a substância entra na receita do bolo fecal e dá uma forcinha nas contrações intestinais, contribuindo para liberar o fluxo local. Para assegurar que a prisão de ventre não tenha espaço, porém, é crucial tomar goles e goles de água ao longo do dia.
Ao dar um chega pra lá na constipação, o bom humor vem com tudo. Essa relação inusitada se dá porque o intestino mantém um elo direto com a cabeça. A paz nas bandas digestivas se reflete em bem-estar para a "cuca". Nesse sentido, aliás, o grão merece outro elogio: ele oferta vitaminas do complexo B e magnésio, um time que ajuda a manter a bioquímica cerebral em equilíbrio. Por fim, não dá para falar de arroz sem mencionar sua parcela de carboidrato. Embora o nutriente seja temido pela fama de engordativo, quando ele sai do prato sobra desânimo. Por isso, dentro de um cardápio balanceado, o grão tem seu lugar garantido, especialmente quando chega ao prato em seu traje integral. Confira as características dos tipos de arroz:Selvagem Apesar do nome, não é um arroz de verdade, mas um tipo diferente de gramínea que contém menor quantidade de amido. Oferece boa quantidade de fibras, além de minerais como o ferro. Seu gosto é adocicado, lembrando o das amêndoas. Na culinária, combina com assados.Vermelho A coloração vem da película que o envolve. E o tal pigmento faz parte da família das antocianinas, substâncias festejadas pela ação antioxidante. Tem sabor rústico e vai bem com pratos regionais brasileiros, risotos e carnes brancas.Negro Embora não seja tão popular por aqui, é conhecido na China há milhares de anos e lá já foi chamado de “arroz proibido” por ser alimento exclusivo do imperador. Concentra pitadas de ferro e, portanto, pode ser útil para afastar a anemia.Parbolizado É famoso por conter muitas vitaminas mesmo após seu processamento. É que esse arroz, ainda na casca, passa por um tratamento com água fervente e os nutrientes migram para dentro do grão. Sem contar que fica mais soltinho.