Em meio à maior recessão da história brasileira, é cada vez mais comum se deparar com funcionários vendendo as férias em vez de aproveitá-las plenamente. Para a psicóloga Marina Arnoni, esta não é uma boa decisão, tornando-se equivocada a partir do momento em que o período de descanso é imprescindível.
“As férias são um direito do trabalhador, mas, independente da legislação, é uma forma de recarregar as energias e voltar com novas motivações ao emprego”, acrescenta.
Pesquisa recente do International Stress Manager Brasil (ISMA-BR) mostra que 38% dos brasileiros estão com medo de entrar em férias. Além disso, para muitos dos entrevistados, é rotina usar o celular para checar e-mails e tarefas mesmo durante o período de descanso.
De acordo com a especialista, se preocupar com o trabalho nas férias também não é indicado, pois esta atitude não fará com que a mente e o corpo realmente se desliguem das tarefas profissionais, podendo, inclusive, desencadear a síndrome de Burn out, também conhecida como a doença do esgotamento profissional.
“Essa nova síndrome é uma grande preocupação dos médicos. É um reflexo da sociedade moderna, em que as cobranças são muitas, indo além do que o funcionário pode suportar. A doença pode causar a incapacidade física e mental permanente da pessoa, com risco alto de suicídio”, alerta.
Para aproveitar as férias de forma mais tranquila, Marina Arnoni recomenda zerar todas as pendências no trabalho e programar compromissos importantes para depois do retorno.
“Em cargos em que isso não é possível, sugiro combinar com a empresa um horário para que esse contato seja feito sem atrapalhar nenhum momento do descanso”, afirma.
O recomendável é que as férias durem, pelo menos, 15 dias – tempo necessário para que o corpo se acostume com a nova rotina. “Neste período, não se cobre, quebre as regras, não tenha medo de dormir até mais tarde, de trocar os horários das refeições, mesmo com crianças em casa. Fazer isso às vezes também é importante”, salienta a psicóloga.