Aos adeptos da tecnologia - e fica difícil não ser hoje em dia - chegam novidades a todo momento para facilitar o cuidado com a saúde. É essa a premissa do ECG: um aplicativo capaz de emitir um eletrocardiograma do usuário.
No entanto, os especialistas alertam: a novidade, incluída na nova versão do Apple Watch, que acaba de ser lançado, precisa ser utilizada com bom senso e consciência de que não substitui avaliações médicas. "É positivo o fato de a tecnologia emitir o eletrocardiograma do usuário, por meio de um sensor de frequência cardíaca. Porém, se for indicada qualquer alteração, o cardiologista deve ser procurado de imediato", alerta o médico José Francisco Kerr Saraiva, presidente da Socesp (Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo).
Saraiva também ressalta que é interessante o fato de o sensor de batimentos cardíacos do relógio notificar alterações imprevistas da velocidade e do ritmo das batidas do coração. Quando isso ocorrer, o usuário deve procurar o médico o mais rapidamente possível. "Esta função é particularmente importante quando a pessoa estiver praticando exercícios físicos, ocasião em que pode ocorrer com mais frequência alterações cardíacas", explica.
O presidente da Socesp lembra que esse novo aplicativo, assim como toda a tecnologia na área da saúde, identifica alterações e indica evidências. Entretanto, não faz a análise e avaliação de resultados. O eletrocardiograma, que já existe há muito tempo, oferece subsídios para a avaliação clínica do paciente. "É importante que a tecnologia tenha possibilitado que se realize num simples relógio, levando o indivíduo a procurar um médico em situações nas quais ele talvez não tivesse a percepção do problema e deixasse de buscar ajuda profissional. Porém, é preciso deixar muito claro que a avaliação clínica continua indispensável".