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Nenhuma fica para trás: o ciclismo feminino | Revista Afrodite

Grupos femininos de mountain bike viram febre

Foto Fabio Grison
Foto Fabio Grison

O ciclismo melhora o astral, promove um verdadeiro ciclo de amizades e pode ser praticado por iniciantes no esporte e mulheres de todas as idades – tudo isso em meio a paisagens naturais de tirar o fôlego. Não é à toa que os grupos femininos de mountain bike  estão virando febre na região. Que andar de bicicleta faz bem para a saúde todo mundo já sabe. Os benefícios vão da perda de peso e aumento do condicionamento físico até a prevenção de doenças crônicas como colesterol alto e hipertensão. Contudo esses são só alguns dos motivos que têm feito as meninas pisarem fundo no pedal. 

Há pouco mais de quatro anos, apareceu o primeiro grupo só para mulheres em Caxias: o Gurias no Pedal. A iniciativa foi da educadora física Rocheli Muller, que já pedalava e decidiu organizar percursos (conhecidos como pedais) femininos em meio a turmas até então mistas. Em pouco tempo, o grupo cresceu e hoje conta com cerca de 220 integrantes no WhatsApp. 

O Tropa de Elite Bikers nasceu no final de 2016, quando a funcionária pública Rosangela Pinto e a fisioterapeuta Silvia Lopes fizeram um trajeto pela cidade, pacata em razão das férias. Elas perceberam como a prática poderia revelar um novo olhar de mundo, sobre as rodas da bike. Embora seja para mulheres, o Tropa também participa de percursos mistos. E, em ambos, o intuito é incentivar a prática esportiva.

Melhora física e emocional

Aos 55 anos e participante ativa do Gurias no Pedal, Loiva Sotoriva conta que buscou o ciclismo para se exercitar, porque, como muitas mulheres, não curtia academia. “Me sinto com 20 anos”, diz ela, que já pedalou em competições e hoje se prepara para disputar a Copa Soul, um pedal em nível estadual. Quem também participa do Gurias é a mãe de gêmeos, Elisandra Castilhos. Ela voltou a praticar o esporte quando os bebês tinham apenas dois meses. “Se não fosse pelo ciclismo, eu já teria pirado. Para mim, é uma terapia”, afirma. 

As duas fazem parte dos treinos que acontecem nas terças e quintas-feiras, mas para quem pensa em começar, tanto o Tropa de Elite quanto o Gurias no Pedal organizam percursos mais leves aos sábados, entre 25Km e 30Km. A duração é de duas a quatro horas, lembrando que são feitos intervalos. As ciclistas destacam que a altimetria (subida e descida de morros) conta bastante, interferindo na dificuldade da trilha.


Grupo Tropa de Elite (a partir da esquerda): Juçara Rossi, Rô Pinto, Elisangela Selau, Isabelle Brissow, Roberta Rigobello, Sabrina Braz, Karina Brambatti e Gissele Longhi / Acervo pessoal

Uma puxa a outra

Como as saídas são sempre em grupo, a prática também se torna mais segura – e mais empolgante. As mais experientes sempre esperam e incentivam as demais, como destaca Elisiane Barbosa, do Tropa. “Eu já havia andado algumas vezes, mas odiei! Ia até vender minha bike, quando a Rô (Pinto) me chamou no privado, me incentivando a pedalar. Então resolvi fazer um pedal com a turma e, a partir daquele dia, nunca mais parei.”

Juçara Rossi, 53, iniciou no Gurias no Pedal e hoje também faz parte do Tropa de Elite. “Não me via enquadrada em reuniões da terceira idade. Andando de bike, conheci lugares incríveis.” Para Diana Pimentel, do Tropa, os pedais são momentos de riso e diversão, perfeitos para quem busca uma atividade fora da rotina.

Como começar

Ficou interessada? A boa notícia é que começar é fácil. As próprias participantes indicam quem quer entrar para o Tropa. O Gurias no Pedal tem um grupo no Facebook, onde são divulgados quando saem os pedais mais iniciantes. Os acessórios básicos são luva, capacete, óculos e, obviamente, a bicicleta. “Os pedais para iniciantes não demandam uma mountain bike com suspensão, que é o ideal. Mas a bicicleta também não pode ter os pneus muito fininhos”, explica Rocheli. 

Como o esporte é ao ar livre, é preciso que o tempo dê uma ajudinha. Se há previsão de chuva ou neblina, as saídas precisam ser remarcadas. Mas quando o sol aparece, elas capricham no protetor solar e não esquecem do “principal acessório: o batom”, revela Loiva, entre risos. É esse bom humor e o espírito de equipe que fazem com que todas se divirtam, tanto é que os dois grupos já pedalaram juntos. Seja em pedais iniciantes ou treinos intensos, uma coisa é certa: nenhuma ciclista fica para trás.


Por Fernanda Neves Mondadori. Fonte Afrodite