Sobrancelhas assimétricas, falhas por falta de pelos, dificuldade em maquiar, alergias a cosméticos e maquiagem, pelos muito claros e uso de óculos são alguns dos fatores que fazem as pessoas desejarem a micropigmentação. Sobrancelhas escuras ou azuladas, com formatos antiestéticos e assimétricos, efeitos manchados e medo da insatisfação são alguns dos motivos que fazem as mulheres temerem a técnica.
Porém, a praticidade de acordar pronta, ir à academia, pegar sol, piscina, mar, sair à noite... e estar sempre maquiada é o sonho de toda mulher moderna. E ter esse desejo atendido, muitas vezes, vence o medo. “Não pense que pigmentar o rosto de forma permanente é uma premissa exclusiva da atualidade. A possibilidade vem sendo difundida, estudada e atualizada ao longo de muitos anos com intuito de trazer praticidade, conforto e beleza”, observa a micropigmentadora Roberta Adamatti.
Efeito sombreado
Congressos internacionais e palestras de artistas do mundo todo, dos quais Roberta participa, destacam o desenvolvimento e apreço por técnicas com efeito sombreado em sobrancelhas e até mesmo em olhos e lábios. “Propostas artísticas com gradiente de cor, que vão suavizando a expressão do rosto, principalmente no centro das sobrancelhas e borda superior resultam em maior naturalidade e sofisticação mesmo ao longo dos anos.”
Na era moderna, como a especialista define a atualidade, os profissionais estão estudando bioquímica e comprovando cientificamente a importância do mínimo processo inflamatório durante o implante do pigmento, compreendendo a relação de cada grupo químico dos pigmentos e sua interação no organismo, além do refinamento artístico, percepção e estudo do visagismo e temperamento da cliente, que são características imprescindíveis para atuar com micropigmentação e ter resultados de sucesso. “Essa era está chegando para revolucionar a profissão e deixar no mercado somente profissionais que investem, se atualizam e realmente estão dispostos a oferecer o que o público busca”, afirma a especialista.
Constante evolução
Roberta destaca que a necessidade de evoluir, estudar e entender cada vez mais sobre o tema advém de uma questão: “Conhece algum procedimento que após um, três ou 10 anos continue igual, sem alterações de cor, mudanças no formato, nada de expansão na largura dos fios? Maquiagem definitiva em sobrancelhas não existe, ela pode ficar na pele de forma permanente, mas serão necessários novos procedimentos para repor cor, reorganizar o desenho e, às vezes, até neutralizar tons que se tornaram indesejados.”
As alterações acontecem principalmente pela interferência das células de defesa, que têm interesse em proteger nosso organismo, movimentando e absorvendo partes dos pigmentos colocados na micropigmentação, além da interferência de raios ultravioletas, esfoliantes, peelings e medicamentos, que também atuam na degradação das pigmentações. “É importante ter em mente também que naturalidade e durabilidade não funcionam ao mesmo tempo.” A regra é simples: quanto mais quantidade de pigmento na pele, mais anos serão necessários para o efeito desaparecer e mais mudanças de cor, poderemos visualizar. Quanto menos quantidade de pigmento, menos durabilidade, porém, menor será a chance de tons artificiais (coloridos) permanecerem – dando mais liberdade de escolha nos próximos procedimentos.
“Cada cliente é única, modificar seu rosto através do formato e cor de suas sobrancelhas, elemento que representa seu temperamento e expressão, é uma enorme responsabilidade. Minimizar as chances de erro e insatisfação é o papel do profissional da era moderna”, avalia Roberta. A dica é ficar atenta. Uma avaliação profunda do desejo da cliente, do seu tipo de pele, temperamento, personalidade, características físicas, o desenho do projeto, a discussão sobre ele e a forma de realização do procedimento exatamente como foi projetado e combinado são princípios básicos para que a satisfação de ambas as partes seja alcançada.
Se você decidiu pela micropigmentação, procure conhecer profundamente o profissional, pesquise sobre seus trabalhos, veja fotos de resultados cicatrizados, converse com pessoas que já realizaram procedimento com ele e siga todos os passos acima. “Não esqueça, o resultado ficará em seu rosto e será visto por onde você passar.”
As eras da micropigmentação
Epecialista e estudiosa da técnica, Roberta Adamatti divide a micropigmentação em três eras:
Antiga: quando tudo começou. Técnicas compactas, com pintura total da pele por baixo dos pelos com tons escuros e tintas de tatuagem, atingindo grande profundidade na derme. Geralmente era realizada por tatuadores, seguindo o formato pré-existente das sobrancelhas das clientes.
Intermediária: momento em que houve uma busca por trazer mais naturalidade às sobrancelhas e melhorar o aspecto de efeito marcado das antigas “maquiagens definitivas”. A pigmentação passou a ser feita com técnicas de saturação média, com desenho de linhas que poderiam simular os fios. Realizada ainda por tatuadores, esteticistas e profissionais da área da beleza, que tinham interesse em facilitar o dia a dia das mulheres. Inclui equipamentos mais modernos e grupos químicos de pigmentos que duram menos tempo, mas com tons mais próximos à cor dos pelos originais.
Moderna: Atualidade. Empresas do mundo todo viram na micropigmentação um nicho de mercado no qual vale a pena investir (equipamentos, mecânica, tecnologia e pesquisas científicas). Profissionais buscam excelência nos atendimentos, procedimentos e resultados, as clientes estão cada vez mais informadas e exigentes na extrema delicadeza e sofisticação. Técnicas de sombreamento leve e gradiente, ramificações de fios desenhados na pele da forma mais realista possível, uso mínimo de pigmento e conhecimento sobre como ele se comporta na pele a curto, médio e longo prazos são algumas características dos profissionais que estão nessa era moderna.
