Você conhece alguém que passa horas e horas na frente da tela do computador ou no videogame jogando sem parar? Se sim, já se perguntou se esse hábito é normal? Com a popularização dos jogos para computador e consoles, o número de adeptos cresceu, conquistando pessoas de diferentes idades. Segundo a Pesquisa Game Brasil, realizada entre fevereiro e março de 2018 pela Sioux Group, agência de tecnologia interativa, 75,5% dos brasileiros jogam algum tipo de game, independente da plataforma.
Diante dessa nova realidade, a Organização Mundial da Saúde (OMS) revisou seu manual de classificação de doenças e incluiu este ano a compulsão por jogos virtuais como um distúrbio na condição de saúde mental. Por dez anos, a entidade monitorou o comportamento de players até chegar à conclusão de que alguns deles apresentavam um distúrbio mental, preferindo jogar a qualquer outra atividade ou hobby. A agência de saúde da ONU afirma que os casos são raros e atingem cerca de 3% dos jogadores.
A inclusão dos games no Manual de Doenças da OMS é um grande avanço e permitirá que pessoas que sofrem com essa desordem possam encontrar tratamentos adequados, seja por meio do serviço público ou particular. Assim como em outros transtornos, é necessário buscar por cuidados psicológicos adequados. Porém, por desconhecimento, más experiências ou preconceito, muitos ainda resistem em procurar auxílio profissional, o que ocasiona em uma piora no quadro e pode desencadear outros problemas, como a depressão, por exemplo.
Para ser considerado um vício, o comportamento compulsivo deve ser recorrente por pelo menos um ano. O principal sintoma da desordem se dá quando uma pessoa abre mão de tarefas simples do cotidiano como trabalhar, estudar, se alimentar corretamente ou cuidar da sua higiene pessoal, para continuar jogando.
Para facilitar o acesso a um tratamento adequado, a partir de novembro, o Conselho Federal de Psicologia (CFP) permitirá que profissionais de psicologia realizem sessões de terapia online. Para quem está pensando em buscar por ajuda via web, é importante frisar que conhecer a empresa que está oferecendo esse tipo de serviço é essencial.
Para aqueles que pensam em recorrer ao auxílio de psicólogos a fim de resolver esse tipo de distúrbio, a internet se tornará uma ótima aliada. Porém, se tiver qualquer dúvida em relação à dependência por jogos eletrônicos, a dica é buscar por atendimento o quanto antes. Se os games têm interferido na sua rotina, talvez tenha chegado a hora de buscar por um especialista para garantir que sua qualidade de vida não seja afetada.
Milene Rosenthal é co-fundadora da TelaVita, marketplace de saúde que conecta profissionais da psicologia a pacientes e psicóloga especializada em Terapia Cognitiva com certificações em Cybercounsellor pela Universidade de Toronto.