Escolher a profissão pode ser uma tarefa complicada para muitas pessoas. Esse não é o caso de Marcelo Frigeri, que desde muito jovem manifestava a vontade de se tornar médico, sem nunca imaginar exercer outra profissão. Temporão de uma família de cinco irmãos, é natural de Caxias do Sul, e estudou no Colégio Nossa Senhora do Carmo, onde participava ativamente do time de futebol.
O gosto pelo esporte, no entanto, é uma herança. Seu pai, Cláudio Frigeri (in memoriam ), foi diretor do Esporte Clube Juventude nos tempos do presidente Wily Sanvitto. “Me criei nas obras da reforma do estádio Alfredo Jaconi e acompanhando a delegação pelo Interior na disputa do Gauchão”, conta. Outra lembrança boa que tem da infância são as viagens para Torres, com a aventura de descer a Serra do Pinto para passar uma temporada na praia.
Medicina
Na época de prestar vestibular, ao mesmo tempo em que decidia seu futuro, observava seu irmão mais velho, Leovegildo, que já atuava na especialidade de neurocirurgia. A rotina do irmão o ajudou a ter certeza da carreira a seguir. “Desde o terceiro ano de faculdade já gostava muito da neurologia, muito por conta da influência do meu irmão mais velho, que me incentivou bastante para que eu fosse para essa área.”
Graduado em Medicina pela Universidade de Caxias do Sul (UCS), em 1987, após cinco anos de especialização, conquistou o diploma como neurologista no Hospital São Lucas, da PUC-RS, em Porto Alegre, e retornou a Caxias para iniciar sua carreira profissional. Na época, havia apenas três hospitais na cidade, e o serviço de neurologia estava vinculado ao Hospital Pompéia, onde começou seu trabalho e teve participação no desenvolvimento de novas áreas. Em 1994, a convite do superintendente-geral Francisco Ferrer, e junto com os médicos Mário Fedrizzi, Osvaldo Von Eye, Leovegildo Frigeri, Ricardo Santos e Ademir Cadore, fundou a residência em Cirurgia Geral. Em 2003, o hospital deu início à residência em Neurocirurgia. “De lá para cá, já formamos 12 especialistas na área, que foram encaminhados para diferentes regiões do país. Atualmente, sou coordenador da residência, que está consolidada e é referência para mais de um milhão de habitantes. São mais de 500 procedimentos neurocirúrgicos por ano”, orgulha-se.
Gestão
Frigeri ingressou como médico cooperado na Unimed em 1992. Em 2006, após concluir o primeiro curso de pós-graduação em Administração Hospitalar, foi convidado para participar das eleições do Conselho Fiscal da empresa. No ano seguinte, passou a fazer parte do Conselho de Administração, e se identificou com a área de gestão.
Após mais dois anos de pós-graduação em Gestão de Negócios em Saúde, passou a responder pela direção clínica do Hospital Pompéia, em 2009, onde permaneceu por quatro anos. Em 2011, assumiu a vice-presidência da Unimed Nordeste-RS. Seis anos depois, em 2017, iniciou seu primeiro mandato como presidente da cooperativa, que atualmente é responsável por gerar 2,3 mil empregos diretos, sendo reeleito para a gestão 2019/2020. “A administração foi ganhando cada vez mais espaço na minha agenda. Muito disso ocorreu porque fazer parte de uma equipe que está à frente de grandes projetos e que lida com transformações sociais entusiasma”, observa o líder.
O médico destaca a inauguração do Bloco B do Complexo Hospitalar Unimed Caxias do Sul, em dezembro de 2018, como um dos momentos mais marcantes desde que assumiu a presidência. Entre os desafios, manter a sustentabilidade do negócio em um cenário de crise econômica, com foco no valor gerado ao cliente, boa prática médica e redução de desperdícios são os principais.
Rotina
Estar à frente de uma das maiores empresas da cidade é uma tarefa que exige esforço e disponibilidade. Por isso, fica difícil manter a administração e a prática da medicina. Para poder equilibrar as duas funções, Frigeri reduziu em mais de 50% a atuação na área assistencial.
Além da dupla jornada na profissão, ele não abre mão de reservar tempo para estar com a família. É casado com a anestesista Suzane Piccoli há 19 anos – “brinco que foi amor à primeira anestesia”, diverte-se –, e pai de dois meninos, Arthur e Vicente. Entre as atividades que gosta de fazer quando não está trabalhando, as favoritas são as viagens com a família, cinema, livros e caminhadas, que o ajudam a relaxar.