A mesada pode ser uma ótima maneira de iniciar a educação financeira das crianças. É o que afirmam especialistas no assunto. Gerir o próprio dinheiro faz com que aprendam a terem consciência da importância dos investimentos e entendam que se deve gastar com cautela. De acordo com o docente dos cursos de Administração e Ciências Contábeis da Anhanguera de Caxias do Sul, Henrique Rauch, finanças requerem racionalidade. "Os pais devem se dedicar no envolvimento das crianças na administração do dinheiro, sugerir para que cuidem de gastos excessivos, comprem apenas o necessário, fomentando o senso de economia", diz.
A educação financeira infantil deve ser tratada em casa e na escola. Para que se entenda a importância do assunto, foi criado o decreto presidencial 7.397/2010 que instituiu a Estratégia Nacional de Educação Financeira (Enef), e que tem como objetivos promover a educação financeira e previdenciária, aumentar a capacidade do cidadão para realizar escolhas conscientes sobre a administração dos seus recursos e contribuir para a eficiência e a solidez dos mercados financeiro, de capitais, de seguros, de previdência e de capitalização. Aprender sobre educação financeira em sala de aula é fundamental para o fortalecimento da cidadania e esse decreto precisa ser conhecido para levar essa temática para a discussão da comunidade e das escolas.
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Os pequenos precisam aprender, desde cedo, que o trabalho é o principal caminho para conseguir renda para viver e, assim, alcançar o equilíbrio financeiro. O ponto principal é o ensino por meio de exemplos. De acordo com Rauch, uma reunião mensal com toda a família para tratar das despesas da casa é uma necessidade. O envolvimento de todos leva ao compromisso partilhado com os gastos. "Se a criança sabe o custo da conta de energia elétrica, ela pode auxiliar apagando a luz quando uma sala está vazia ou desligar a televisão quando ninguém está assistindo. É uma prática que pode ser estimulada pelos pais", afirma.
Outra dica é instruir que é necessário economizar para comprar o brinquedo desejado, ou fazer com que a criança pague algo que quebrou em casa para aprender o valor do dinheiro, e sua influência material na vida e no comportamento humano. Mostrar que o dinheiro não compra tudo, mas, que atitudes certas podem resultar em bons investimentos e satisfação pessoal.
Neste século, a Síndrome do Pensamento Acelerado (SPA) que mais acomete pessoas é uma patologia que atinge aqueles que não consideram vislumbrar a vida tendo o dinheiro em segundo plano. Dinheiro é importante, mas não fundamental. Para se chegar nesse patamar de entendimento, sobretudo, é importante que se comece a desenvolver um conhecimento financeiro desde casa, muito cedo, com os filhos.